Thursday, November 08, 2007

Filme: 12 Homens e 1 sentença


O júri se reune para decidir o destino de um rapaz de 18 anos marginalizado pela pobreza e acusado de homicidio premeditado.

Os jurados estão ansiosos por se livrar dessa obrigação e irem logo cuidar de seus afazeres pessoais, alguns fazem piadas, outros brincam, ficam irritados e agressivos uns com os outros, pois estão com muita pressa para condenar o jovem.

Resolvem fazer uma votação e para a surpresa da maioria um vota pela inocência do rapaz, gerando polêmica e discussão no grupo. Os outros 11 jurados olham para ele indignados, como ele pode declarar inocente, se as evidências estão todas contra o rapaz. Ele é pobre, foi preso por apedrejar a professora, roubou um carro, se envolveu em brigas e é muito habilidoso no manuseio de facas. O rapaz representa a parte excluída da sociedade, aqueles que não são dignos de um voto de confiança, não tem direito a defesa e muito menos ao arrependimento. Não se leva em conta a morte da mãe quando tinha apenas 9 anos de idade, os maus tratos do pai, que com certeza foi o que o fez tornar-se revoltado e violento, pois quem recebe pancadas aprende a dar pancadas e quem recebe carinhos aprende a dar carinhos. Um jovem sem rumo perdido na vida sem esperanças de uma vida melhor como muitos de nossos alunos.

Este filme me trouxe a lembrança de um fato ocorrido em uma escola onde lecionei a alguns anos atrás. Em uma de nossas reuniões pedagógicas uma professora sugeriu que fizessemos um passeio ao cinema (shopping Iguatemi na época) com nossos alunos, mal ela terminou de completar a frase , começou uma discussão, muitos professores disseram que ela estava louca, "para quê levar essas crianças que vivem em situação de miséria ao shopping eles nunca irão sair daqui, no máximo vão cursar até a 4ª série, nunca irão entrar em uma faculdade, eles não tem educação, nós vamos é passar vergonha", essas foram as tristes palavras de algumas de minhas colegas, não consegui ficar calada, comecei a argumentar que se nós educadoras julgavamos e condenavamos nossos alunos daquela maneira, como eles poderiam ser diferentes.

Se os nossos passeios só se limitassem todos os anos em dar voltas pelo bairro para conhecer o bairro onde moram, realmente eles nunca iriam sair daquele lugar. Eles viviam em precárias condições muitos nunca haviam viajado de ônibus. A amargura que senti naquelas palavras me deram força para falar e debater com meus colegas sobre esperança e transformação, aos poucos outros professores foram mudando seus argumentos, planejamos o passeio e duas semanas depois lá estavamos no cinema comendo pipoca, e para a nossa surpresa as crianças não deixaram nehuma sujeira no chão, muitos no final do passeio nos abraçavam e nos apertavam com seus frágeis bracinhos, com uma imensa gratidão e brilho no olhar.

Nesta situação alguns professores estavam levando em conta apenas as evidências e os preconceitos contra seus próprios alunos, da mesma forma que um dos jurados no filme não queria refletir sobre os argumentos mas sim "condenar" baseado nos fatos.

Tuesday, November 06, 2007

Brinquedo, Brincadeira e jogo


Ao realizar a leitura dos textos e conceitos sobre brinquedo, brincadeira e jogo, pude constatar a influência e o papel dessas atividades no mundo infantil. Fiquei pensando sobre o futebol, é jogo ou brincadeira, depois de ler e reler os textos, verifiquei que esta atividade devido a influência da mídia, perdeu as características de jogo a algum tempo e adquiriu algumas características de brincadeira na qual a bola é o brinquedo.

“Caillois o jogo é uma atividade livre e voluntária, fonte de alegria e diversão. Predomina a incerteza e o caráter improdutivo de não criar nem bens nem riquezas. Acredita que somente se joga quando é do desejo do sujeito: quando ele quer e o tempo que quiser”.

Para muitos pais matricular o filho numa escolinha de futebol é um empreemdimento para o futuro, quem sabe ele não será o próximo "fenômeno" ou "Ronaldinho Gaúcho", com rendimentos milionários, carros importados e roupas de marca.
Ao mesmo tempo em que pode ser um jogo também pode ser uma brincadeira onde a criança imita os papéis de adultos, ídolos que são admirados, almejando tornar-se como eles, ricos e famosos.